A Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou a maior apreensão de madeira ilegal do Brasil durante a operação Rotas da Madeira, realizada entre os dias 17 e 31 de agosto no Sertão de Pernambuco. Ao todo, foram apreendidos 2.043 m³ de madeira clandestina, configurando um marco histórico no combate a crimes ambientais.
Segundo a PRF, as irregularidades constatadas invalidam a licença ambiental apresentada pelos transportadores e caracterizam o crime de vender, manter em depósito, transportar ou guardar madeira sem autorização válida. A pena prevista é de seis meses a um ano de detenção, além de multa. Durante a ação, foram lavrados Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCO).
Operação integrada
A operação contou com a participação de equipes da PRF de Pernambuco, Brasília, Piauí e Maranhão, além de agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e da Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH). Também apoiaram as ações o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT) e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).
A iniciativa ganha ainda mais relevância por ocorrer meses antes da COP30 – Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que será realizada em novembro, em Belém (PA).
Impacto ambiental e econômico
O comércio ilegal de madeira ameaça diretamente as áreas nativas da Amazônia Legal. A extração fraudulenta destrói ecossistemas e ainda provoca desequilíbrio no mercado, já que o produto clandestino é vendido por preços bem abaixo dos praticados por empresas regularizadas.
Em 2024, a PRF apreendeu 36.547 m³ de madeira clandestina no Brasil. Este ano, até agosto, já são 19.173 m³, com tendência de crescimento. Em Pernambuco, os números também impressionam: em 2023, foram 1.294 m³ recolhidos; em 2025, já são 2.982 m³ retirados de circulação.
A madeira apreendida é encaminhada a órgãos ambientais e posteriormente doada a instituições beneficentes, entidades de ensino e centros de pesquisa.
Combate integrado: Plano AMAS
As ações de combate ao comércio ilegal de madeira estão alinhadas ao Plano AMAS (Amazônia: Segurança e Soberania), lançado pelo governo federal em julho de 2023. O programa busca frear o desmatamento e crimes ambientais na Amazônia Legal, fortalecendo a integração entre órgãos de segurança, fiscalização e inteligência.
Com apoio do Fundo Amazônia, o plano utiliza tecnologias como imagens de satélite e o Projeto Ouro Alvo, voltado para rastrear a origem do ouro extraído de forma ilegal. Além de proteger o meio ambiente, a iniciativa reforça a soberania nacional sobre os recursos naturais.
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