A dor da espera e o descaso do sistema público de saúde marcaram a última década da vida de Adiceu Alves de Lima, de 55 anos, morador da cidade de Lagoa do Carro, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. Após sofrer um acidente em 2015, ele enfrenta uma longa batalha para realizar uma cirurgia de cranioplastia — procedimento essencial para a reconstrução do crânio.
De acordo com a esposa, Cíntia Gomes da Silva, o drama começou após uma queda que causou um grave traumatismo craniano. Na época, parte do osso da cabeça de Adiceu foi removida e implantada em sua barriga, com a expectativa de que, em até seis meses, ele passasse por uma cirurgia para reposicioná-lo. No entanto, isso nunca aconteceu.
O tempo passou e, apenas em 2021 — seis anos após o acidente — foi realizada a colocação de uma prótese. Porém, a prótese foi rejeitada pelo organismo de Adiceu no ano seguinte, exigindo uma nova intervenção cirúrgica com a instalação de uma peça de titânio. Essa nova cirurgia, que deveria ter sido realizada em poucos meses, nunca foi marcada.
Desde então, Adiceu tem vivido um verdadeiro calvário, sendo encaminhado de hospital em hospital, mesmo tendo cumprido todos os trâmites médicos exigidos para o procedimento. A espera, marcada por sofrimento e insegurança, tem afetado não só a saúde física do paciente, mas também a estrutura emocional da família.
O caso de Adiceu levanta um alerta para a lentidão no atendimento de cirurgias reparadoras no sistema público de saúde e o impacto direto na qualidade de vida dos pacientes. A família segue buscando respostas e apoio para garantir que a cirurgia seja realizada o quanto antes.
Fonte: Voz de Pernambuco
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