Por Bruno Oliveira
Severino Ramos da Silva, mais conhecido como Raminho, nasceu em 31 de dezembro de 1964 e faleceu em 21 de março de 2014, aos 49 anos de idade. Cabo da Polícia Militar de Pernambuco, foi um homem respeitado com ou sem a farda.
Não sei explicar bem o motivo, mas com a recente subida do Santa Cruz para a Série C, a lembrança dele voltou forte à minha mente. Talvez porque Raminho respirava o Santa Cruz. Talvez porque recordo um vídeo antigo dele no Arruda, com seu rádio colado ao ouvido, vivendo cada lance como se fosse uma decisão. Aquela imagem nunca saiu da minha memória.
Antes de escrever essas linhas, procurei sua filha, Gabi, que me ajudou a confirmar alguns detalhes para que esta memória não fosse apenas sentimento, mas também verdade. Deixo aqui meu agradecimento a ela.
Lembro que, como a casa da minha madrinha era vizinha da dele, sempre acabava cruzando com Raminho. Ele fazia questão de falar comigo, principalmente porque conhecia minha mãe. Sempre o vi como alguém que impunha respeito, uma presença marcante.
Raminho vestia a camisa do Santa com orgulho, e era daqueles torcedores que levavam o amor pelo clube como parte da identidade. Mas não era só no futebol que sua presença se destacava. Era também homem de fé, frequentador da Igreja Matriz do Bom Parto. Tenho viva a lembrança de quando estava em serviço em Buenos Aires ou simplesmente participando da missa: se algum bêbado entrava de forma estranha na igreja, lá estava ele, com postura firme e olhar sério, ajudando a manter a ordem.
Eu, menino ainda, olhava para ele com respeito e pensava em ser alguém assim um dia. Infelizmente, nunca tive a chance de dizer isso a ele.
Hoje, ao escrever, percebo que não importa a forma como ele partiu, mas sim o legado que deixou. A lembrança de Raminho não se apaga porque foi feita de pequenas grandes coisas: presença, respeito, fé, amor pelo Santa Cruz e por pessoas.
E é isso que fica.









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